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2012 - Livro Vermelho 2013

Disynaphia ericoides (DC.) R.M.King & H.Rob. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 18-04-2012

Criterio: B1ab(iii)

Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Disynaphia ericoides (DC.) R.M.King & H.Rob. não é uma espécie endêmica do Brasil. Em território nacional, a espécie possui distribuição restrita (EOO=10.627,23 km²) e está sujeita ao declínio contínuo de qualidade de habitat. Foram identificadas duas situações de ameaça distintas. As Matas Ciliares, no Estado do Rio Grande do Sul, tem sofrido alterações significativas pela ação antrópica (agropecuária), causando a diminuição da área de ocorrência e a perda da biodiversidade. Por outro lado, é necessário um esforço maior de coleta para avaliar a real distribuição da espécie. A área entre os municípios de Viamão (RS) e Itararé (SP) deve conter outros indivíduos, que poderão ser localizados num estudo de revisão para o grupo (gênero Disynaphia).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Disynaphia ericoides (DC.) R.M.King & H.Rob.;

Família: Asteraceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Arbusto ramificado, glabro, com folhas coriáceas, lineares e capítulos pedicelados, com cinco flores, dispostos em sinflorescência corimbosa (Baker, 1873).

Potêncial valor econômico

​Apresenta óleos voláteis com atividade antioxidante (Souza, 2007).

Distribuição

Ocorre em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul (Esteves, 2001; Hattori, 2010).

Ecologia

Arbusto perene, que habita formações florestais estacionais de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Fértil de outubro a março, polinizado por insetos e dispersado pelo vento (Borges, com. pessoal).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica é um bioma caracterizado pela alta diversidade de espécies e pelo elevado grau de endemismo. A retirada da cobertura vegetal, visando a utilização da área para a agricultura, pastagem, extração de madeira e ocupação humana para agricultura, pastagem, extração madeireira e ocupação humana ao longo dos últimos dois séculos causou a destruição da maior parte deste bioma, restando hoje cerca de 7% a 8% de sua área original. Por esse fatores, foi considerada por Mittermeier et al. (2004) um dos hotspots da biodiversidade. Devido à ocupação urbana e agrícola, as áreas de mata estão cada vez mais isoladas umas das outras, formando pequenas ilhas de vegetação nativa. Desta forma, a maioria das espécies que vivem nesses fragmentos compõem subpopulações isoladas de subpopulações que habitam outros fragmentos. Para muitas espécies, a área agrícola ou urbana, circundante de um fragmento, pode significar uma barreira intransponível (Galindo-Leal; Câmara, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes No Estado do Rio Grande do Sul, o desmatamento da Floresta Estacional e da Mata dos Pinheiros é uma das conseqüências do modelo de desenvolvimento que sempre buscou novas fronteiras agrícolas e novas áreas para cultivo. Tal modelo promove o plantio até a borda dos cursos d'água, com perda de vegetação ciliar, implicando no uso de adubos químicos de alta solubilidade e na aplicação de herbicidas e pesticidas. A conseqüência imediata da retirada da cobertura vegetal foi a maior fragmentação dos ecossistemas e o aumento do processo erosivo. A longo prazo, tal situação levou a sérios problemas associados, como perda da capacidade produtiva das terras, redução nas colheitas, degradação física, química e biológica dos solos, aumento no custo de produção, assoreamento dos rios e reservatórios, redução na qualidade e disponibilidade da água, aumento no custo de tratamento e danos à vida aquática. A Mata Atlântica ocupava originalmente cerca de 13 milhões de hectares (50% da superfície do Estado), tendo atualmente remanescentes de mata e restinga que chegam a apenas 600.000 hectares, aproximadamente 5% da cobertura original. Outra conseqüência direta do desmatamento abusivo tem sido o desaparecimento gradativo de espécies vegetais de valor econômico e ecológico, das quais se destacam o pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia), as canelas (Nectandra spp.), os angicos (Parapiptadenia rigida), os cedros (Cedrela fissilis), as grápias (Apuleia leiocarpa), as imbuias (Ocotea porosa), etc. (Margareth et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Citada como "Extinta" (EX) na Lista de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Referências

- SOUZA, T.J.T. Determinação da composição química e avaliação preliminar das atividades antioxidante e anticolinesterásica dos óleos voláteis de espécies de Eupatorium L. (Asteraceae). Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2007.

- ESTEVES, R.L. O gênero Eupatorium s.l. (Compositae - Eupatorieae) no estado de São Paulo, Brasil. Tese de doutorado. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2001.

- BAKER, J.G.C.F.P. MARTIUS; A.W. EICHLER. Compositae III, Asteroideae, Inuloideae. Leipzig: Frid. Fleischer, 1873. 1-134 p.

- MARGARETH, V.; COLLE, C.; CHOMENKO, L. ET AL. Projeto conservação da biodiversidade como fator de contribuição ao desenvolvimento do estado do Rio Grande do Sul., 2008.

- HATTORI, E.K.O. Disynaphia ericoides in Disynaphia (Asteraceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB103483>.

- GALINDO-LEAL, C; CÂMARA, I.G. Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. São Paulo, SP; Belo Horizonte, MG: Fundação SOS Mata Atlântica; Conservação Internacional, 2005. 472 p.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

Como citar

CNCFlora. Disynaphia ericoides in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Disynaphia ericoides>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 18/04/2012 - 14:59:14